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Maria na devoção franciscana

Tradicionalmente, no mês de maio, a Igreja celebra o mês de Maria e em muitas comunidades são acentuadas as devoções marianas. Maria sempre ocupou um lugar especial no coração do Povo de Deus. Para nós franciscanos não é diferente. Embora a espiritualidade franciscana seja cristocêntrica a devoção a Nossa Senhora sempre esteve presente no centro da devoção franciscana.

Francisco é fascinado pelo gesto de encarnação do Filho de Deus no seio da humanidade e tem compreensão da essencial participação de Maria nesse grande mistério da nossa salvação:” Rendemo-vos graças, porque, como por vosso Filho nos criastes, do mesmo modo, pelo santo amor com que nos amastes, o fizestes nascer como verdadeiro Deus e verdadeiro homem da gloriosa sempre Virgem, a beatíssima Santa Maria” (Rnb 23,3).

No início do seu processo de conversão, na fase em que Francisco se dedica a reconstrução das igrejas, é preciso recordar a reconstrução da Igrejinha de Santa Maria dos Anjos da Porciúncula. Foi a 3ª igrejinha a ser restaurada pelo santo e a que talvez ele mais se afeiçoou por conta da devoção a Nossa Senhora. Santa Maria dos Anjos adquiriu um enorme significado para o Movimento Franciscano, pois foi nesta igreja que Francisco acolheu o dom da vocação e missão de viver o Evangelho (1 Cel 21 e 22); recebeu os primeiros irmãos na Ordem (1 Cel 23-25); acolheu a vocação de Santa Clara (2LV 7); recebeu a graça da Misericórdia Divina para o perdão de todos os pecados (Indulgência Plenária celebrada dia 02 de agosto) e abraçou a irmã morte (1 Cel 109-111).

A exemplo de Jesus Cristo, Maria, é para Francisco um modelo perfeito de humildade e pobreza (2ª Carta aos Fiéis 5). Este modelo de vida demonstrado por ela deve ser seguido por todos os franciscanos e franciscanas. Tanto que o pai seráfico “confiando nela de modo especial depois de Cristo, constituiu-a advogada sua e dos seus irmãos e jejuava com muita devoção em honra dela desde a festa dos apóstolos Pedro e Paulo até a festa da Assunção de Nossa Senhora” (LM 9,3).

Ao longo da história, foram muitas as contribuições sobre Maria, que o Movimento Franciscano deixou para a Igreja. Duns Scotus definiu a base para a proclamação do dogma da Imaculada Conceição. São Boaventura, quando ministro geral, difundiu a oração do Angelus entre os frades que, a partir de 1269, popularizaram esta devoção na sua missão. Hoje ela é rezada pelo papa todos os domingos e acompanhada por toda a Igreja.

Enfim, Maria sempre terá especial predileção em nosso coração franciscano, pois dela aprendemos a fidelidade e perseverança no chamado vocacional. Nossa devoção a Maria sempre nos levará aos braços de seu filho Jesus Cristo. Como vocacionados e vocacionadas do Senhor peçamos a intercessão da Mãe sobre cada um de nós neste mês que é dedicado a ela. Paz e Bem!


Frei Franklin Francisco Silva de Freitas, OFM

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