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Discípulos de Emaús: tentação do coração endurecido

“Oxalá ouvísseis hoje a sua voz e não fecheis os corações” (Sl 94,8)


A realidade caótica do tempo presente exige de nós muita lucidez, senso e discernimento na interpretação dos fatos para percebermos os sinais da presença do Cristo Vivo Crucificado. Caso contrário, somos tentados a reagirmos com coração endurecido e assumir comportamento semelhante dos Discípulos de Emaús. Estes, mergulhados em sua tristeza, diante da expectativa frustrada com a condenação e morte violenta do Mestre que seguiam, não veem mais horizontes. Fechados em seu pessimismo, interpretam o fato de forma equivocada, convictos de que é esta a verdade absoluta: “Esperávamos que Ele fosse o Libertador...” Decidem então, abandonar o caminho do seguimento. Nos tempos sombrios que estamos atravessando, notamos o crescimento duma cultura de violência com acentuada disseminação do ódio. Em decorrência, somos dominados por sentimentos de medo, perplexidade, frustrações, desesperança, desânimo, crise de sentido. Simultaneamente, somos minados por múltiplas informações através da nossa mídia com visões, muitas vezes, distorcidas na interpretação dos fatos. Corremos o risco de assimilá-las como verdades absolutas e reagirmos de forma equivocada. Somos tentados a abandonar o caminho de verdadeiros discípulos, como testemunhas autênticas da presença do Cristo Vivo Crucificado. Por isso, invoquemos o dom do discernimento, a exemplo de Francisco de Assis: “Altíssimo onipotente e bom Senhor, ilumina as trevas do meu coração. Dá-me uma fé reta, uma esperança certa, e uma caridade perfeita. Dá-me Senso e Conhecimento para cumprir o teu santo e veraz mandato.”


Abençoado Tempo Pascal

Frei Blásio Kummer OFM

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