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Entrevista: 25 anos de sacerdócio do Frei Orestes Serra

Este ano Frei Orestes Alexandre Serra OFM completa 25 anos de Ordenação Presbiteral. Nossa equipe do SAV enviou algumas perguntas para que o frei partilhasse um pouco da sua caminhada vocacional:

Frei Orestes Serra onde você nasceu? Eu nasci em Capão da Canoa.


Como foi o teu despertar vocacional? Eu tive a graça de nascer em uma família de católicos que viviam sua fé na Comunidade. Então desde pequeno acompanhava meus pais nas missas, nas festas e outras atividades de nossa Paróquia. Em casa à noite nós rezávamos o terço com frequência. Fui coroinha, após receber o sacramento do crisma comecei a participar do grupo de jovens JUCRI (Juventude Unidos em Cristo), motivado por minha mãe recolhia alimentos na vizinhança para distribuir para famílias carentes. Meu pai era animador de grupos de novena que aconteciam nas casa das famílias e eu gostava de acompanhar ele nos encontros. Então cresci dentro deste ambiente religioso. Mas algo importante para me ajudar a questionar sobre o que o Senhor queria de mim foi no ano de 1975 quando em nossa Paróquia realizaram-se as Missões Populares. A animação dos missionários, o hábito marrom me encantou. Só que na época eu era uma criança de nove anos. Mas aquilo foi mexendo dentro do meu coração. Quando eu conclui na época o segundo grau de Técnico em Contabilidade. Comecei a me questionar se eu gosto tanto de trabalhar com os pobres, com os jovens, sempre envolvido nas atividades da Igreja. Tendo que dividir o tempo com o estudo, trabalho, família. Porque não dedicar totalmente a esta missão. Procurei o meu Pároco Pe. Ademir Fumagalli e disse a ele que gostaria de ir para o seminário. Mas queria ser missionário. Ele me passou o endereço do animador vocacional dos franciscanos Frei Martinho Warken. Escrevi para ele, fui convidado a participar em Daltro Filho de um encontro vocacional. Após o encontro fui encaminhado para fazer o postulantado. Onde ingressei no dia 14 de fevereiro de 1986 no Seminário Seráfico em Taquari.


Conte-nos um pouco da tua trajetória vocacional (Principais lugares ou serviços que atuou)? Ingressei no Postulantado em 14/02/1986 em Taquari. No dia 08/01/1987 ingressei no Noviciado no Convento São Boa Ventura em Daltro Filho. Em 08/01/1988 fiz minha primeira profissão e recebi o hábito franciscano. Vim para Porto Alegre para estudar filosofia e teologia. Nos anos de 1988 e 1989 moramos em um grupo grande de freis estudantes de filosofia na Fraternidade Monte Alverne em Ipanema. A partir do ano 1990 fomos morar em pequenos grupos de freis estudantes nas periferias de Porto Alegre. Nosso grupo foi morar na Vila Chácara dos Bombeiros no Morro da Cruz. No ano de 1993 ainda estudante de Teologia comecei a trabalhar na CPT (Comissão Pastoral da Terra) fazendo o trabalho Pastoral de formação Bíblica nos acampamentos dos sem terra. No ano de 1994 fui ordenado diácono e comecei a atuar nos assentamentos da Grande Porto Alegre. No dia 26/08/1995 fui ordenado presbítero. De 1996 a 2001 morei no Assentamento Capela no município de Nova Santa Rita acompanhando um grupo de vocacionados. Em 2002 fui transferido para trabalhar na Rede de Comunidades São José em Gravataí onde residi até 2010. Durante este período além do trabalho Pastoral na Rede, também cursei a graduação em Direito. De 2011 a 2015 fui Pároco na Paróquia São Francisco de Porto Alegre, onde por dois anos também assumi a função de Ecônomo Provincial. Desde 2016 moro na Lomba do Pinheiro em Porto Alegre, onde estou Pároco da Paróquia Santa Clara. Desde 1999 atuo como assessor para os movimentos sociais e pastorais sociais do Deputado Dionilso

Marcon. Sou professor na ESTEF no curso de teologia e nos cursos de CTPs em várias dioceses do estado. Estou concluindo o Mestrado em Direito Canônico.

Quais os principais desafios que enfrentastes na caminhada? Logo que entrei no Seminário o grande choque foi cultural. Pois venho de uma região litorânea, urbana. E na época a realidade do seminário era totalmente rural. Foi um desafio grande aprender a tirar leite, limpar chiqueiro de porco, trabalhar na roça. Depois de ordenado o desafio maior foi ser fiel ao lema que escolhi para minha ordenação: “O Espírito do Senhor está sobre mim. Porque ele me ungiu ee me enviou para anunciar a boa nova aos pobres”. Isto é, não se deixar encantar pelo poder, pelas mordomias que a nós são oferecidas. Mas aprender a conviver e dialogar com todos, sem nunca se esquecer que ser padre e muito mais, um padre frei franciscano que assim como São Francisco deve estar sempre disposto a servir.


O que te chama mais atenção no carisma franciscano? O que me chama a atenção no carisma franciscano é a alegria da vida fraterna; a solidariedade com os mais necessitados e o diálogo com os diferentes.

O que diria para os jovens que desejam seguir a vida religiosa franciscana: Que o mundo em que vivemos precisa de jovens corajosos, alegres e dispostos a servir a Deus através do serviço aos irmãos. Que vale a pena seguir a Deus do jeito de Francisco de Assis. Paz e Bem!




Frei Orestes Alexandre Serra OFM

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