Este ano Frei Rinaldo Eberle OFM completa 25 anos de Vida Religiosa Franciscana. Nossa equipe do FRADEZINHO enviou algumas perguntas para que o frei partilhasse um pouco da sua caminhada vocacional:
1 – Onde você nasceu?
Meu nome é Frei Rinaldo Matter Eberle, OFM e nasci na cidade de Miraguaí – RS no dia 28
de janeiro de 1975. Sou filho de Pedro Nelci Eberle e Edit Matter Eberle. Também tenho um irmão Eder Matter Eberle.
2 – Como foi o seu despertar vocacional?
Eu venho de uma família católica, meus pais sempre ensinaram o quanto é importante a oração. O despertar vocacional aconteceu quando estudava na Escola Osmar Hermam, do Bairro Irapuá, da cidade de Miraguaí - RS. Certo dia apareceu na escola um grupo de Religiosos para conversar com os estudantes. Na conversa falaram sobre vocação. Eles perguntaram: “Quem quer ser Padre ou Frei? ” E eu, prontamente, levantei a mão dizendo: “Quero ser Padre! ”. A turma toda começou a rir. E eu disse: “É sério!!!! Quero ser Padre! ” Eles deixaram material para ler falando sobre vocação e também o endereço para contato. Depois disso, entrei em contato com os Freis Franciscanos. Os mesmos me vieram visitar na casa da minha família. Lembro que o primeiro frei que fez a visita vocacional foi Frei Érico. Depois foi o Frei Ilário Batistti.
Dessa maneira, depois de alguns estágios no Seminário São Pascoal de Três Passos fui
aceito como seminarista no ano de 1991.
3 – Conte-nos um pouco da sua trajetória vocacional:
Minha caminhada vocacional começou no Seminário São Pascoal, onde fiquei por três anos, de 1991 até 1993. Depois no ano de 1994, fui servir o exército brasileiro, na cidade de Santiago (RS). Depois voltei para a casa dos meus pais. Neste momento meus pais me perguntaram: “O que eu iria fazer da vida? Se eu pretendia retornar para casa junto deles ou iria retomar a minha caminhada vocacional religiosa?” Então eu disse: “Gostaria de voltar para a vida religiosa! ”. Então fui até o seminário São Pascoal falar com o Frei Hélvio (reitor do Seminário naquele momento). Falei com ele que gostaria de voltar para a vida franciscana, ele prontamente acolheu e disse que falaria com o Ministro Provincial Franciscano. Ele falou com o Ministro Provincial, na época era o Frei Arno Reckziegel e ele aceitou que eu retomasse a minha caminhada de formação, ou seja, iria ao Postulantado Franciscano, em Lajeado, no ano de 1995. Após isso realizei o noviciado, no Convento São Boaventura, em Imigrante - RS. Comecei o noviciado no dia 08 de dezembro de 1995 até 08 de dezembro de 1996. Em 1997, fui para Porto Alegre, morar na fraternidade inserida no Bairro São José, Chácara dos Bombeiros. Depois, iniciei os estudos de filosofia, na FAFIMC (Faculdade de
Filosofia da Nossa Senhora da Imaculada Conceição) e fui transferido para a Fraternidade São Pedro na Lomba do Pinheiro também em Porto Alegre, aonde fiquei por dois anos (1998 – 1999). Em 2000 fui residir na Fraternidade Nossa Senhora da Conceição no mesmo bairro.
Depois realizei estágio pastoral na Fraternidade Zumbi dos Palmares, em Rio Grande, no ano de 2001. Nos anos de 2002 a 2005 estudei teologia na ESTEF (Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana), em Porto Alegre - RS. No dia 21 de setembro de 2003, realizei minha profissão solene em Miraguaí – RS, na época o Ministro Provincial era Frei Irineu Gassen. Em 2006, residi na Fraternidade Evangelizadora da Paróquia Santa Clara (Porto Alegre), aonde fui ordenado Diácono por Dom Remídio José Bohn, na Comunidade Santa Clara (Paróquia Santa Clara).
No dia 17 de novembro de 2007, fui ordenado sacerdote por Dom Aloísio Dilli, OFM na Paróquia Senhor Bom Jesus (Miraguaí). Depois fui transferido para Rio Grande, na Fraternidade Zumbi. E lá desempenhei o papel de capelão da Santa Casa e coordenador da Rede de Comunidades São Lucas, aonde fiquei seis anos de 2008 a 2013. Em 2014 fui transferido para a Fraternidade Evangelizadora do Cone Sul, para formar fraternidade e atender pastoralmente as paróquias Sagrado Coração de Jesus (Candiota) e São José (Hulha Negra), exerço a função de pároco, aonde estou atuando até o referido momento.
4 - Quais os principais desafios enfrentados na caminhada?
O grande desafio foi quando saí do noviciado e fui morar em Porto Alegre, aonde tive que
enfrentar uma cidade com mais de um milhão de habitantes. E ainda morar na fraternidade inserida na periferia, no qual a violência e o tráfico de drogas era grande. Desse modo, foi muito desafiador para quem nasceu e se criou no interior do estado. Mas depois de três meses de convivência com as pessoas e a comunidade, comecei a entender aquele povo. Depois começamos a trabalhar na Pastoral da Criança, junto com alguns líderes locais, isso foi muito bom. Pude perceber o quanto as pessoas são boas, que a maioria são pessoas trabalhadoras, que todo dia saiam para seus empregos a busca do sustento da família. O desafio foi grande, porém a recompensa foi maior ainda em poder conviver e aprender com o povo da periferia. Tanto o acolhimento nas casas ou no trabalho pastoral.
5 - O que chama mais atenção no carisma franciscana?
Com certeza é o dom da fraternidade. Pois a partir dela se constrói a nossa vida religiosa. O
franciscano é alegre. Conviver com os irmãos na entre ajuda, na solidariedade com os mais pobres e excluídos da sociedade. Ser franciscano é ter uma vida simples junto aos mais simples e humildes.
6 – O que você diria aos jovens que desejam seguir a vida religiosa franciscana?
Aos queridos jovens, diria que para seguir a vida consagrada franciscana. Diria que vale apena fazer a experiência na vida franciscana. Que o seu coração está cheio de amor e busca o bem, não deixe de dar a sua resposta a Deus. Precisamos de jovens corajosos na missão da Igreja. Converse com um dos nossos animadores vocacionais! Deus pode estar chamando você! Não deixe de dar a resposta a Ele. Venha fazer parte desta grande família franciscana, porque vale apena doar a vida.
Frei Rinaldo Eberle OFM
Comments