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Entrevista: Frei João Sulzbach celebra 50 anos de sacerdócio


ENTREVISTA COM OS JUBILARES

Encerrando a série de entrevistas com os freis jubilares de 2020 trazemos a entrevista do Frei João Germano Sulzbach, que no último dia 19 de dezembro, celebrou 50 anos de caminhada como padre franciscano. Parabéns Frei João e que Deus continue o fortalecendo na caminhada. Paz e Bem!

Frei João Sulzbach




A Minha família e a Devoção Mariana


Eu nasci em 03 de março de 1944, numa família muito religiosa e numerosa – 12 irmãos – Os meus pais eram devotos de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e o terço era rezado diariamente. Na época também as missas eram em latim e durante a missa a assembleia rezava o terço.

Eu fui para o Seminário em Taquari no ano de 1956 – com 11 anos de idade. Como o transporte e a comunicação eram pouco desenvolvidas, a distância entre os municípios de Estrela e Taquari era considerada distante, longa. Quando fui para o Seminário, minha mãe e eu combinamos que, ela, à noite – 20h – iria rezar o terço, no seu quarto, pela minha vocação. Assim eu sabia que naquela hora a mãe estava em sintonia comigo. Nas férias, que eram apenas durante um mês, eu rezava com a mãe o terço.


A Decisão de ser Sacerdote Franciscano


Meu irmão, Henrique, foi para o Seminário em Taquari, três anos antes de mim. Eu queria fazer companhia a ele, pois sentia pena dele em estar sozinho, tão longe. Quando estava

no 2º ano de escola – em Porongos, perto do Laguinho na BR 386 – passou na escola o promotor vocacional, frei Vito Mallmann. Ele veio falar do Seminário e da beleza em ser sacerdote franciscano. Me chamou a atenção a batina do Frei, pois eu só conhecia os padres de batina escura. Ele perguntou se alguém queria, um dia, ir estudar para sacerdote franciscano. Três da minha turma decidimos ir depois de completar o 4º ano.

Concluído o 4º ano, eu fiquei na dúvida de ir para o Seminário. Mas o que me motivou, foi uma carta que meu irmão, Henrique, escreveu pouco antes das férias dele. Ele perguntou se eu iria para o Seminário. Eu, com pena dele ficar sozinho, resolvi e disse que eu iria. Depois eu descobri o motivo da carta e da pergunta do meu irmão: Ele queria desistir e se eu não fosse, ele já ficaria em casa nas férias. Mas como eu confirmei, ele ficou 5 meses e depois voltou para a casa. Foi difícil para mim, mas continuei.

As três principais coisas ou atividades que se fazia no Seminário – com mais de 200 internos = pequenos, médios e barbados – 1º - O estudo, incluindo também a música,

teatro... Era muito bom; 2º - A oração: missa diária e devoções franciscanas = Benção do Santíssimo, Via-Sacra, terço... 3º - Futebol = em todos os momentos livres.

A minha decisão mesma de ser sacerdote franciscano se deu no 3º ano científico, quando ao término deste, fui para o Noviciado. E durante, o noviciado, que foi muito bom – o mestre era o Frei Estanislau (falecido). No final do Noviciado fiz os votos temporários. A filosofia fiz em Daltro Filho e a Teologia em Viamão. A ordenação sacerdotal foi no dia 19 de dezembro de 1970. Eu comecei a exercer meu sacerdócio na paróquia de Ibirubá – 1971.


Como me sinto como Frade?


Depois de uma caminhada de 56 anos de Franciscano e 50 de sacerdote, afirmo, com toda

convicção, que sou feliz e feliz também por pertencer a Província franciscana São Francisco de Assis.

- Olhando um pouco para o meu passado, dou graças a Deus por tudo que Ele realizou através do meu sacerdócio e como franciscano. - Peço também perdão pelas vezes que “roubei as honras que eram devidas ao Pai, atribuindo a mim o bem realizado”. Agradeço aos meus familiares de sangue, que sempre me incentivaram. Principalmente, por me terem testemunhado o amor a Nossa Senhora. Agradeço a todos os confrades que caminharam comigo durante estes anos. Especialmente, ao falecido Frei Eugênio que me incentivou quando queria desistir por causa da dificuldade de falar a língua portuguesa. Ainda, é admirável, hoje, o respeito que cada confrade tem para com o outro. Respeitando as ideias e atividades de cada confrade. Agradeço à Mãe da Assunção, por Ela fazer parte tão familiar em minha vida sacerdotal franciscana. Ela me fez conhecer o rosto materno do amor de Deus.

Por intercessão da Mãe da Assunção e de São Francisco e Santa Clara, o Senhor ilumine e abençoe a todos nós.


Frei João Germano Sulzbach OFM





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