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ESTAR NAS REDES: Por quantidade ou simplesmente anunciar?

Já me questionaram se as publicações que faço aqui nas redes sociais atingem muita gente. Já me questionaram se vale o esforço e tempo que ocupo editando vídeos, imagens, fazendo lives, estudando, escrevendo textos, ensaiando músicas, tentando compor algumas canções. Confesso que eu mesmo já me fiz estes questionamentos, não apenas uma vez, foram algumas vezes. Confesso que já me preocupei mais com visualizações, com números grandiosos, com algo que hoje chamo massificação e tento não mais me aproximar.

De uns oito meses pra cá deixei de me preocupar com isso. Depois de algumas reflexões que fiz, a partir do próprio evangelho, da vida de Jesus e também da vida de alguns santos(as) da Igreja. Me convenci de que cada vez mais a tendência será anunciar para públicos menores e que, por sua vez, esses são bastante suficiente e mesmo se anunciar apenas para uma única pessoa, já teve valor aos olhos do bom Deus.


A questão maior, para além de entrar na lógica do consumismo e da massificação, é o anúncio do Evangelho, é construir uma igreja mais autêntica, uma humanidade mais autêntica. Vejo que a massificação não têm contribuído nisto. Basta olhar rapidamente a sociedade e mesmo os fiéis das igrejas (seja na católica ou em outras), ou os censos... Números, apenas números.


Anunciar por todos os meios possíveis? Sim! Se utilizar das tecnologias que a ciência vai construindo, dos novos meios? Sempre! Anunciar pelo papel, pelo telefone, pelo computador, pelo rádio, pela tv, pelo celular... Anunciar pelo texto, por áudios, por poemas, por vídeos, pela canção, enfim, do jeito que der. Anunciar principalmente pela constante busca de conversão pessoal, pelo testemunho de fé, de caráter, de vida. Anunciar no trabalho, em casa, na escola, onde estiver.

Anunciar despreocupadamente, pois este é o caminho para um mundo melhor. Anunciar não apenas por procurar a salvação da alma, mas por acreditar que os ensinamentos de Jesus, quando bem entendidos e vivenciados, tornam a vida melhor, aqui e agora. Anunciar acreditando e sabendo que aquilo/aquele que é anunciado melhora a vida humana, não no plural, sempre no singular.

Quando o singular está bem resolvido, ele motiva outro e outro, e a mudança em plural vai acontecer, em algum momento. Jesus começou anunciando para um, dois, três, doze… E poucas vezes falou para grandes multidões. Não usava a lógica da massificação, sempre quis e quer tocar em cada coração, no singular.

Por quantidade ou por simplesmente anunciar? Eu digo, por simplesmente acreditar no singular de cada pessoa que acompanha o que publico e saber que na vida e no mundo dela ajudei a despertar um pouco mais de Cristo, que já estava lá. Fazer bem, mas não por números, por mais consciências despertadas e abertas ao reino de Deus. Se for pelo menos uma (a minha) já valeu a causa.




Frei Cristian Martins Almeida OFMcap


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*Frei Capuchinho - juniorista - na Província Sagrado Coração de Jesus | Rio Grande do Sul. Atualmente em estágio missionário, no Estado de Roraima.

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