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Jovem de Horizontina será missionária no Pará

A jovem Fernanda Lowe, participante da Paróquia Nossa Senhora do Rosário será enviada em missão, para as terras do Marabá (Pará). Por isso a equipe do site Franciscanos RS, realizou algumas perguntas para a jovem.


1- Como surgiu seu chamado de ser missionária?

O chamado missionário foi semeado desde que eu nasci. Juntando histórias da família, percebo isso hoje. Minha avó materna foi sempre muito religiosa e eu aprendi a SER Igreja com ela, minha mãe e meu padrinho também sempre foram oração e coração, inclusive, o sonho do meu padrinho Valdir quando jovem era sair em missão. Acredito que essa missão é fruto de um emaranhado de desejos divinos, estou muito feliz em fazer parte disso, representando a Paróquia de Horizontina, a comunidade, o movimento de Emaús e minha família.

Para falar sobre o chamado, vou contar um episódio que aconteceu comigo... Se Deus age de diversas formas e envia sinais constantemente para guiar meus passos, a atividade missionária foi mais uma vez marca da presença Dele na minha vida. Quando o Frei Tiago trouxe a ideia das Missões no encontro de Emaús em Junho de 2018 eu pensei, nossa!, mais uma coisa pra gente se envolver... Como se a participação nas missões fosse obrigação, já que estaria acontecendo aqui na cidade de Horizontina/RS, bem debaixo do meu nariz, até os 45 do segundo tempo eu esperei para me inscrever.


Afinal, vai que naquele final de semana aparecesse “algo para fazer”. Confesso que manifestei minha opinião sobre algumas coisas e até ajudei na montagem das lembrancinhas, mas nada de muito envolvimento – o que é incomum, porque eu prefiro estar no clima e organização dos eventos... Mas enfim, nos últimos meses eu estava esperando algo acontecer, um sinalzinho de Deus sabe, daquelas coisas que a gente pede para que aconteçam no nosso tempo...mas pra tudo na vida há um momento perfeito.

Como Deus é bom o tempo todo, ele me deu a oportunidade de fazer parte das Missões Franciscanas da Juventude!!! A vivência nas missões foi uma das experiências mais incríveis da minha vida. Eu fui agraciada com um final de semana lindo, repleto de compartilhamentos, de partilhas, de histórias e de aprendizagens. Meu coração, que eu achava que estava aberto, foi realmente iluminado pelo Espírito Santo. Como eu fui pequena, egoísta e impaciente – agora percebo que muitas atitudes eu deixava de tomar em virtude de percepções errôneas que tinha sobre determinadas situações, e isso era preconceito. As provações requerem entrega, e além disso, aceitação - Jesus não entra sem ser convidado! Todo o carinho que eu recebi...sem oferecer nada em troca. Tudo o que eu tinha era a palavra de Deus e a companhia de pessoas maravilhosas, conduzidas pelo Espírito Santo, que, junto comigo, caminharam lado a lado ao encontro daqueles que ansiavam pelas visitas – e esse foi o nosso tesouro.

Compreendi as provações, e assumi minhas falhas e eu escolhi Deus. Ele esteve perto e me carregou no colo, conduziu meus passos e minhas ações para que eu experimentasse todas as bênçãos naqueles três dias – ele designou com tanto zelo as situações pelas quais eu deveria passar, para que eu pudesse aprender, para que além de difundir a cultura da paz e do bem, eu pudesse compreender as dores do mundo. Depois daquele final de semana eu despertei e nunca mais fui a mesma. Nas missões eu fui ouvinte, fui conselheira, fui amiga e consolei o choro repreendido, mas, acima de tudo, fui instrumento do Espírito Santo.

Deus me fez grande. Eu renovei a fé e reascendi a chama do “ser cristão”, eu cultivei a semente da paz junto com Clara e Francisco. A cada visita um olhar que demonstrava a compaixão, a sinceridade das pessoas ao ouvir a palavra de Deus e a alegria de todos aos receberem a benção no lar. Ao ouvir a partilha da Irmã sobre a missão, eu ouvi o chamado e percebi que Deus habita em mim... Meu coração estava na palma da mão e o meu olhar transmitia a fraternidade – eu fiz parte da história daquelas pessoas e queria sentir tudo aquilo muitas vezes na vida! Juntos caminhamos pela paz. Como falamos em Emaús, eu vivi o quarto dia. De tudo, eu só ganhei... ganhei aquilo que o dinheiro não pode comprar. Além de sentir, eu ouvi a voz de Deus ecoando em nossos corações, palavras lançadas ao vento emanando uma energia ímpar através do ritual de dança na praça, a oração encantando aqueles que viam e aqueles que ouviam.


2- Como vai ser sua missão? Aonde?

No próximo dia 04 eu sigo para a formação missionária no Centro Cultural Missionário em Brasília, e, de lá vou para Marabá no dia 09 de Agosto. Estou sendo enviada como missionária pelo projeto igrejas-irmãs entre as Dioceses de Santo Ângelo/RS e Marabá/PA, que acontece desde 1973. O projeto é uma parceria que envolve solidariedade entre uma comunidade mais favorecida e outra com menos recursos, ou seja, o potencial humano é “emprestado” nesses casos e a(o) missionária(o) é enviada(o) para uma experiência de troca entre dioceses por um período.

A missão vai acontecer na cidade de Marabá no Pará e eu serei designada para auxiliar nas pastorais, que serão definidas lá conforme os planos de Deus e as escolhas da própria Diocese – tenho certeza que Deus preparou para mim uma vivência extraordinária.

3- O que significa ser de uma paróquia Franciscana enviada em missão?

Ser de uma paróquia Franciscana e enviada em missão significa muito para mim, o chamado aconteceu durante as missões franciscanas da juventude e, tudo o que foi delineado lá durante as visitas e conversas, é o que plantamos no dia a dia em comunidade: a paz e o bem! A base da minha religiosidade está calcada nesses princípios, então não

tem como ser mais lindo né?! É plano de Deus, é o divino Espírito Santo que nos acompanhar. Como profere a passagem de Lucas sobre os caminhos de Emaús, ao partir o pão os discípulos reconheceram Jesus. Assim como aconteceu com eles, durante a partilha de experiências na missão franciscana da juventude em 2018 eu senti o chamado: eu fui instrumento do Espírito Santo. Como mencionei anteriormente, é Deus quem nos faz gigantes! Os planos Dele são muito maiores que os nossos e, se pedirmos, Ele nos guia, nos conduz e nos carrega no colo se preciso for.

Missão pra mim é encontro. Como já mencionei diversas vezes, o que me motiva a sair em missão é olhar o outro. É sentir que o outro existe e que eu posso fazer diferença na vida das pessoas – é empatia, é reciprocidade, é amor, é Deus!.

Quanto às expectativas, que eu tenha saúde, perseverança e disposição para seguir os planos do Pai, que irá conduzir todos os meus passos, como fez até aqui. Que eu cumpra o destino e percorra com fé, levando luz para todos os caminhos que Ele preparou para mim. Vou de coração aberto para viver todas as experiências.

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