A FRATERNIDADE CELEBRA O NATAL
Para falar do Natal e deixar a mensagem natalina, parto do texto do “Comunicado das Nomeações dos Frades”. Nele, dizia que “a Fraternidade em Redimensionamento encontra inspiração e iluminação no mistério da Encarnação que São Francisco e Santa Clara de Assis tanto rezaram, meditaram e contemplaram em seu caminho de seguimento da doutrina e das pegadas de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Senhor, “nascido por nós à beira do caminho e deitado numa manjedoura” (5Vesp 3,7), fez-se nosso irmão e companheiro no caminho e junto aos menores Se colocou. E que o mesmo Senhor nos ensine e inspire a ser sempre Irmãos Menores entre os pequenos do Reino”.
Para São Francisco e Santa Clara, “seguir a doutrina e as pegadas de NSJC pobre, humilde e crucificado” é a vivência e a contemplação do mistério da Encarnação, pois, é algo real e concreto para eles. E era algo cotidiano e diário. Na Adm 1, para Francisco, Deus “descendo do trono real (Sb 18,5) para o seio da Virgem, vem diariamente a nós sob a aparência humilde; todos os dias desce do seio do Pai sobre o altar, nas mãos do sacerdote” (Adm 1, 16-18).
Se Natal é todo o dia, por que São Francisco quis encenar o Natal, chegando a popularizar o presépio do qual o Papa Francisco nos convida a aproximar e contemplar? Por que pediu autorização para tirar altar de igreja que serviu de gruta para o Menino Jesus e pediu que todos viessem participar em meio e com a natureza (1Cel 84-87, 2Cel 199-200)? Para tornar visível, vivenciar a simplicidade e a grandiosidade deste mistério e para que nada Dele, pela centralidade e importância que tinha para ele, Francisco, lhe escapasse e ou lhe fosse indiferente. Para que Dele, do mistério da Encarnação, apreendesse todas as lições e ensinamentos possíveis no seguimento de Jesus Cristo.
Portanto, creio que o importante para nós no Natal, ao celebrar o mistério da Encarnação (cujo ensinamento podemos aprender todo o dia), é irmos adquirindo uma espiritualidade natalina, de descida, de encarnação, de compaixão. A Palavra se encarne em nós, a exemplo do que aconteceu em Maria, e nós, sendo palavra encarnada, a restituamos por obras e palavras aos outros. Espiritualidade encarnada é a de ser e a de tornar-se mães, irmãos e irmãs de NSJC, pois, sobre esses virá “repousar o Espírito do Senhor (Is 11,2), e Ele fará neles sua morada permanente (Jo 14,23), e eles serão filhos do Pai celestial (Mt 5,45), cujas obras fazem. E eles serão esposos, irmãos e mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Mt 12, 48-50). Somos esposos, quando a alma crente está unida a Jesus Cristo pelo Espírito Santo. Somos irmãos, quando fazemos a vontade de seu Pai, que está nos céus (Mt 12,50). Somos suas mães, se com amor e consciência pura e sincera o trazemos em nosso coração e nosso seio e o damos à luz por obras santas que sirvam de luminoso exemplo aos outros (cf. Mt 5,16)”.
Que a celebração do Natal ajude a nos colocar neste caminho de espiritualidade francisclariana. E todos celebrem Santo e abençoado Natal de NSJC e que o espírito natalino estenda-se ao e por todo ano de 2020.
Frei Marino Pedro Rhoden
Natal 2019
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