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Nossa missão na diocese de Bagé: 60 anos da diocese e 30 anos de presença franciscana

O início da presença dos cristãos no território situado na Diocese de Bagé, se remete ao período das Reduções Jesuíticas, realizadas pela Congregação dos Jesuítas, na metade do século XVII, por volta do ano de 1683. Nesta data, os padres jesuítas se deslocam da Redução de São Miguel e instalam uma nova redução denominada Santo André dos Guenoas, localizada entre os limites dos municípios de Dom Pedrito e Bagé. Porém, aconteceram conflitos e esta redução jesuítica foi destruída.

Ao passar do tempo, a região que equivale a Diocese de Bagé, foi distribuída em estâncias e a maior parte destas estâncias pertenciam para a Redução de São Miguel.

No século XIX com a chegada dos imigrantes açorianos, italianos e alemães, surgem novos povoados na região da fronteira. Consequentemente também surgem as primeiras paróquias, como por exemplo: São Gabriel em 1837 e Bagé em 1846.

Ao decorrer da história, no dia 25 de junho de 1960, o Papa João XXIII, pela Bula Papal Qui Divino Consilio cria a Diocese de Bagé. Assim, no dia 15 de março de 1961 é nomeado o primeiro bispo da diocese de Bagé: Dom José Gomes (1961-1968). O segundo Bispo foi Dom Ângelo Feliz Mugnol (1969 - 1982). E o terceiro bispo é Dom Laurindo Guizzardi, C.S. (1982 a 2001).

Com este terceiro Bispo da Diocese de Bagé Dom Laurindo Guizzardi inicia-se o sonho de ter uma presença Franciscana nas terras ao redor do município da “rainha da fronteira”, Bagé.

Sendo assim, no Capítulo Provincial da Província Franciscana São Francisco de Assis de 1989, decide-se o seguinte: “Que o Ministro Provincial com o seu definitório encaminhe para o ano de 1990 a ajuda pastoral à Diocese de Bagé na localidade de Hulha Negra”. E então, depois de 13 anos a Paróquia São José (de Hulha Negra) sem atendimento pastoral de sacerdotes, recebe os freis franciscanos. Neste período de 13 anos sem atendimento de padres, a paróquia era atendida pastoralmente pelas Irmãs de Santa Catarina.

No livro de crônicas da fraternidade local conta-se que havia uma grande seca na região de Bagé e assim no dia 28 de fevereiro de 1990, quando Frei Antônio Mariani chega no bispado de Bagé, naquele instante desabou uma grande chuva que encerrou a seca na época em toda a região da fronteira gaúcha. E dali Frei Antônio se dirigiu a Hulha Negra. No dia 01 de março de 1990, o sol se pondo em Hulha Negra, chega depois de uma longa viagem o Frei João Renato Puhl. Ou seja, os dois primeiros freis a morar na Paróquia São José (Hulha Negra) foram Frei Antônio Mariani, OFM (in memoria) e Frei João Renato Puhl, OFM. Porém, em termos oficiais a data foi no dia 04 de março de 1990. Nesta Paróquia São José (Hulha Negra) os freis se dedicam a uma vida simples, de espiritualidade, de presença pastoral e uma fraternidade que realizava os trabalhos manuais da casa paroquial.

Com a ajuda fraterna das Irmãs de Santa Catarina, os freis começaram a conhecer as rotas das comunidades e as localidades da paróquia. E no início o povo ficava em dúvida, perguntando aos Freis: “Qual a diferença de frei e padre?” E aos poucos os frades franciscanos explicavam a diferença ao povo de Deus. A partir de então, foram realizando o trabalho pastoral e percebendo que a distância física das comunidades era grande, por se tratar da região de fronteira e do pampa gaúcho.

No ano de 2005, com a autorização de Dom Gilio Felício (quarto Bispo da Diocese de Bagé) os freis franciscanos começaram também a atender a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Candiota. A vista que, a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus foi criada em 1982 e atendida até então (2005) pela Congregação dos Missionários de São Carlos (Padres Escalabrinianos ou Padres Carlistas).

A Paróquia do Sagrado Coração de Jesus (Candiota) realiza um trabalho bonito com os imigrantes, devido muitas pessoas de outros lugares do mundo, residirem em Candiota, para trabalhar nas Usinas Termoelétricas de Carvão situadas nas imediações do município.

No ano de 2006 surge a Rede de Comunidades Santo Isidoro, Camponês. Essa Rede de Comunidades é composta em torno de 40 comunidades e engloba os municípios de Candiota, Hulha Negra e Acégua. É uma fraternidade interobediencial, formada pelos freis capuchinhos e franciscanos. Além das Celebrações Eucarísticas e catequese, também exercem o trabalho com as pastorais sociais, cáritas e banco de alimentos.

Também temos freis envolvidos na causa da beatificação do Servo de Deus Sepé Tiaraju

(1723 - 1756). O índio Sepé é reconhecido como herói guarani missioneiro rio-grandense, a qual defendeu a dignidade do povo brasileiro, até a sua morte, ocorrido no combate com as tropas do exército espanhol e português.

E no dia 25 de junho de 2020, a Diocese de Bagé, completou 60 anos da sua criação. Queremos louvar e bendizer a Deus, pelo trabalho exercido pelos Freis Franciscanos nesta diocese, que ultrapassam 30 anos de zelo e trabalho pastoral em favor do Povo de Deus. Como nos relata Dom Frei Cleonir Dalbosco, OFM Cap. (atual Bispo da Diocese de Bagé): “Estamos na fronteira do Brasil e Uruguai, terra de missão, a maior diocese em extensão geográfica do Rio Grande do Sul. Desejamos e precisamos da continuidade da Fraternidade Franciscana na vida e missão de nosso povo, principalmente, junto aos mais pobres e necessitados. Posso dizer, com humildade e consciência, que não podemos retribuir por tudo o que os frades representam e realizam em nosso meio”.

Portanto, parafraseando o Papa Francisco posamos olhar para o passado com gratidão, o presente com alegria e o futuro com esperança. Que São Francisco de Assis, continue iluminando e conduzindo a presença Franciscana no solo do Pampa Gaúcho. Paz e bem!

Frei Tiago Frey, OFM


Referências Bibliográficas:

Plano Diocesano de Ação Evangelizadora - Diocese de Bagé (2020-2023);

Plano Diocesano de Ação Evangelizadora - Diocese de Bagé (2016-2019)

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